As emoções têm voz

«A voz é o espelho das nossas emoções.»

– Dra. Mariana Vasconcelos

O que é a voz?

A voz é o som produzido pela vibração das pregas vocais, durante a vocalização, seja por fala, canto, choro ou riso. É fruto da coordenação entre diferentes sistemas, como o respiratório, o fonatório e o articulatório, e diversifica-se consoante a condição física, psicológica, cultural, social e postural do falante. 

Qual a relação entre a voz e as emoções?

A voz é um veículo de comunicação que possibilita a partilha de informação e permite alterar o conteúdo linguístico da mensagem comunicada através da emoção e da expressividade. 

Como as emoções podem influenciar a voz?

Como referido anteriormente, o nosso estado emocional influencia o funcionamento dos nossos sistemas fonoarticulatórios, posto isto reflete-se de forma direta nos aspetos da voz, como por exemplo na intensidade e no timbre. Isto acontece quando estamos mais ansiosos, stressados, felizes, tristes, entusiasmados, com medo.

Quais são os sinais de alerta? 

O nosso estado emocional pode manifestar-se na nossa voz através de quebras de fonação, alterações no ritmo, tom e intensidade, tosse, dificuldades em controlar a respiração com a fonação, tensão, secura, fadiga, rouquidão.

Como é que as emoções podem afetar negativamente a nossa voz? 

Dizemos que a voz denuncia a intenção e o estado emocional do falante e, em algumas situações, até mesmo o seu estado físico. Por exemplo, por vezes, observamos uma voz monótona e sem energia numa pessoa deprimida ou doente, distinta da voz vibrante e rica em variações de uma pessoa alegre e extrovertida. As emoções podem interferir fisicamente no controlo da respiração, no posicionamento vertical da laringe, no relaxamento relativo das pregas vocais, no posicionamento e no relaxamento dos músculos da faringe e da língua, ou mesmo na falta de coordenação entre o controlo respiratório e a fala. Desta forma, várias alterações de voz podem estar relacionadas com alterações emocionais.

Em situações de stress, a voz sofre variações, podendo levar a uma utilização inadequada da voz e, consequentemente, originando alterações na voz. Estas alterações levam à Disfonia, ou perturbação da voz, que é uma condição de saúde muito comum e que pode comprometer a qualidade da comunicação e, consequentemente, a relação social do indivíduo, afetando diretamente a sua qualidade de vida, podendo ocorrer em qualquer altura do ciclo de vida (4) (Sociedade Portuguesa de Terapia da Fala).

Que estratégias podem minimizar/diminuir o impacto das emoções na voz?

Hidratação 

Para a nossa saúde em geral a hidratação é fulcral! Permite manter um ambiente favorável em torno das nossas pregas vocais e possibilita que as mesmas funcionem sem esforço adicional.

Fatores alergénicos

Devemos ter os fatores alergénicos (rinite, sinusite) controlados, pois estes contribuem para ressequir a mucosa que reveste as pregas vocais, sendo mais propício a fricção das mesmas e, por consequência, a esforço vocal. 

Tensão

Eliminar ou minimizar fatores que nos coloquem em tensão, usando, por exemplo, respirações profundas ao longo do dia. Espreguiçar e bocejar também podem ser boas estratégias para que a tensão não se vá acumulando. 

Quando devo procurar ajuda do Terapeuta da Fala? 

Sempre que a rouquidão presente na voz se prolongue por mais de duas semanas  deve ser um fator de alerta para procurar primeiramente um médico otorrinolaringologista. Feitos os exames necessários, deverá procurar ajuda de um terapeuta da fala, para evitar voltar a chegar uma situação de rouquidão. Se procura também melhorar a sua qualidade vocal, este é o profissional indicado!

AUTORAS:

DRª CLÁUDIA AMARO – TERAPEUTA DA FALA

DRª MARIANA VASCONCELOS – TERAPEUTA DA FALA

DRª TERESA ROLHO – TERAPEUTA DA FALA

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