BIRRAS: TRÊS IDEIAS SIMPLES QUE PODEM AJUDÁ-LO!

birras: três ideias simples que podem ajudá-lo pais crianças educação

 

Já experimentou quanto tempo consegue estar a falar a olhar nos olhos com o seu filho? Sem as distrações do telemóvel, da televisão, da máquina da roupa ou o jantar para fazer?

Parece uma coisa impossível! Mas se criar este hábito de ter um espaço de conversa com o seu filho, vai dar aos dois uma oportunidade de se conhecerem melhor, de partilharem aquilo que pensam e sentem. Acima de tudo, vai passar a mensagem ao seu filho de que se preocupa com ele. Quanto mais cedo na relação houver este espaço, mais fácil será a comunicação entre os dois. Está claro que esta conversa, quando são pequenos, pode ser trocada por uma brincadeira com um simples brinquedo, de forma a que a atenção não seja exclusiva para o brinquedo mas sim para a relação entre os dois.

As birras fazem parte do crescimento e vão sempre existir, não há como evitar totalmente. No entanto, há formas de saber lidar com elas e de fazer com que o seu filho aprenda a gerir melhor o que sente e a conseguir acalmar as suas próprias ansiedades.

Continuando na ideia inicial de falar com o seu filho olhos nos olhos, o mesmo se aplica numa situação de birra. Se este está a exigir qualquer coisa, um brinquedo, uma ida ao parque, ou a casa dos avós, está a exigir atenção. A melhor forma de o fazer entender que não é possível fazer aquilo que ele pede, é baixar-se, colocar-se ao nível dele, olhá-lo, e falar com um tom de voz calmo.

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Uma ideia fundamental…

é a de que se responde com frustração ou impaciência vai gerar ainda mais frustração, pois o que o seu filho lhe está a dizer é ‘nunca olhas para mim, nunca queres saber de mim, só fazes o que tu queres’. Mantenha-se calmo e devolva-lhe aquilo que ele sente:

Eu sei que estás chateado comigo porque queres ir ao parque, mas neste momento não vai ser mesmo possível porque tens de ir tomar banho e jantar.

Não prometa ir no dia seguinte, imprevistos acontecem e as crianças ficam mesmo magoadas e não se esquecem do que lhes foi prometido.

Outra ideia simples,

mais no sentido até de prevenir as birras, é antecipar alguns momentos. Se sabe que vai a casa dos seus pais e tem de sair cedo, mas o seu filho vai fazer uma birra porque quer lá ficar com os primos, fale com ele de preferência antes de sair de casa e, explique-lhe como vão planear o dia, para que este já esteja à espera e não seja apanhado de surpresa. Quanto mais as crianças tiverem o seu dia planeado, também elas gerem melhor o que sentem. Caso contrário, vai estar a brincar com os primos e, de repente, os pais dizem: ‘vamos embora’. Para a criança é um atentado à diversão e gera-se um problema. Porém, se já estiver preparada para tal, já vai lidar melhor com o que sente. Assim, mesmo que faça birra, já sabe que não foi uma traição dos pais.

Este tema surge muitas vezes nas sessões de psicologia com os pais. Não sabem como contornar esta situação e sentem que há um desgaste emocional muito grande para todos.

As birras são naturais, a não ser que se tornem muito repetitivas e persistentes, é que poderão ser um sintoma de que algo não está a correr bem.

Desta forma, o nosso conselho, é:

  • que o mais importante é apostar na relação de confiança e partilha;
  • garantir que os pais são o adulto na relação (pois com as birras muitos pais acabam por ceder e são os filhos que decidem);
  • ter calma suficiente para lidar com os imprevistos;
  • incluir o seu filho nos planos e prepare-o para o que irá acontecer.

Veja a versão adaptada deste artigo no site Up to Kids.

Dra. Inês Fraga – Psicóloga Clínica