LAVAGEM NASAL

A lavagem nasal é um procedimento importante para remover o excesso de secreções, restos de células e crostas, para diminuir a inflamação local e hidratar a mucosa. Consequentemente, diminuiu a tosse, melhora a qualidade do sono e facilita o processo de amamentação/alimentação. Além de que previne e auxilia no tratamento de diversas doenças das vias respiratórias.

QUAIS OS MATERIAIS NECESSÁRIOS?

  1. Seringa com adaptador – facilita o fluxo de soro eficaz e faz com que seja mais cómodo para a criança a remoção das secreções. Existem seringas de 5, 10 e 20ml, que devem ser adaptadas à idade da criança*.
  2. Soro fisiológico (0,9% NaCl) – é o mais semelhante à mucosa nasal.
  3. Toalha – para não molhar a criança e limpar as secreções.

*QUANTIDADE DE SORO

Depende de cada criança e da própria obstrução, mas podemos ter a seguinte orientação: 

    • 1 mês: até 3ml
    • 3-6 meses: até 5 ml
    • >6 meses: 10ml
    • >12 meses: 10 a 20 ml

DESDE QUANDO? 

Poderá ser feita desde os primeiros dias do nascimento.

DE QUANTO EM QUANTO TEMPO DEVE SER REALIZADA?

A lavagem nasal deve ser inserida nos cuidados de higiene diários – realizar pelo menos 1 vez por dia.

Quando há aumento das secreções (causado por alergias, infeções…) deve ser feita uma lavagem nasal mais frequente: ao acordar e antes de dormir; antes das refeições; sempre que o nariz estiver obstruído.

QUAL É O PROCEDIMENTO? 

O soro deve estar à temperatura ambiente, ou ligeiramente aquecido (testar a temperatura na parte interna do pulso antes de começar o processo), para que não cause desconforto ou irritação na mucosa nasal.

O procedimento deve ser realizado com a criança de costas para o cuidador, com suporte de cabeça. O posicionamento da cabeça, não deve estar para trás, apenas ligeiramente inclinada para a frente (p.e. diga a criança para olhar para o ralo do lavatório, de forma a garantir o correto posicionamento). No caso dos bebés poderá ser realizada a limpeza com ligeira elevação do tronco.

A ponta do adaptador da seringa deve ser direcionado para a asa do nariz (lateral) e não para o septo (porção que separa as duas narinas). O objetivo é que o fluxo seja expelido pela narina oposta.

A velocidade do jato deve ser lenta e constante, empurrando o êmbolo da seringa, respeitando a resistência, sem rapidez, pressão ou força. Se saírem secreções, repetir na mesma narina.

Durante o procedimento é importante permanecer com a boca aberta, para que a criança consiga respirar, devido ao nariz estar obstruído com a entrada e saída do soro. Isto diminuirá também as hipóteses do líquido ir para a garganta e causar desconforto. Para facilitar a lavagem peça à criança que sustenha a respiração ou que produza um “Ahhhhh” prolongado. 

Após a realização da lavagem nasal, deve ser realizada uma massagem nasal e na zona dos seios perinasais, e a seringa deverá ser higienizada.

COMO HIGIENIZAR A SERINGA NASAL? 

  1. Começar por desmontar a seringa e o adaptador.
  2. Lavá-los em água corrente e sabão neutro.
  3. Deixar secar à temperatura ambiente (não deverá guardá-los húmidos).
  4. Guardar num local seco.
  5. Não partilhe seringa, para evitar contágios, e esterilize todo o material se existir algum quadro febril.

CURIOSIDADES:

  • As unidoses de soro não possibilitam uma lavagem nasal eficaz.
  • Aspiradores nasais para além de não fazerem uma limpeza nasal eficaz, o uso continuo pode provocar lesões na mucosa nasal.
  • Os sprays de água do mar são uma boa alternativa para levar para a creche ou para casa dos avós (quando a seringa com adaptador não é possível).
  • Dar preferência a sprays isotónicos, que têm apenas soro fisiológico. Os hipertónicos deverão ser recomendados pelo médico em situações clínicas especificas. 
  • Deve-se experimentar garrafas de alto volume quando já existe muita colaboração por parte da criança e quando os cuidadores estão seguros com a técnica.

É muito importante que haja tranquilidade durante todo este processo!

AUTORAS:

Dra. Cláudia Amaro – Terapeuta da Fala

Dra. Márcia Correia Terapeuta da Fala

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