6 DE MARÇO // DIA EUROPEU DA TERAPIA DA FALA

A 6 de março comemora-se por toda a Europa o Dia Europeu da Terapia da Fala. Este dia foi criado pelo Comité Permanente de Ligação dos Terapeutas da Fala e Logopedistas da União Europeia (CPLOL) com o intuito de aumentar a visibilidade da profissão, sensibilizando a comunidade para as perturbações da comunicação e da deglutição. Este ano, o comité decidiu destacar a Disfagia como tema a aprofundar.

A disfagia está frequentemente associada a AVC, Esclerose Múltipla, TCE, Parkinson, Tumores, Doença de Machado-Joseph e ao envelhecimento.

Hoje damos-lhe a conhecer um testemunho de um portador da doença de Machado-Joseph (DMJ).

É uma doença neurológica, hereditária, crónica e incapacitante que afeta, essencialmente o cerebelo, que é a área do cérebro responsável pelo controlo e pela coordenação motora, essencialmente, dos braços e das pernas, com pelo menos três gerações de uma mesma família afetadas.

Os sintomas visíveis desta doença incluem:

  • descoordenação da marcha;
  • desequilibro;
  • alterações de visão;
  • envelhecimento mais precoce;
  • dificuldades ao nível da fala (Disartria) e da Deglutição (Disfagia).

A Disfagia – alteração do processo de deglutição que se traduz numa dificuldade em engolir alimentos sólidos e/ou líquidos – pode ser considerada, a consequência mais grave da doença, podendo levar a desidratação, malnutrição, perda de peso e infeções graves do foro respiratório, como a pneumonia. A disfagia diminui a qualidade de vida do próprio, da sua família e tem um impacto negativo nas relações sociais.

Atualmente, ainda não há medicação adequada para o tratamento desta doença. No entanto, o Terapeuta da Fala pode ajudar a minimizar as dificuldades apresentadas, aumentando a qualidade de vida do paciente e minimizando as suas dificuldades.

 

O TERAPEUTA DA FALA PODE AJUDAR.

É o profissional habilitado para intervir na disfagia e desempenha um papel fundamental na:

  • Avaliação e no diagnóstico diferencial;
  • Planificação de um programa de intervenção detalhado 
e individualizado;
  • Melhoria da coordenação da respiração com a fonação;
  • Melhoria da inteligibilidade do discurso espontâneo;
  • Melhoria dos traços melódicos, para que haja naturalidade do discurso;
  • Promoção da segurança durante a alimentação, planificando a dieta 
alimentar com adequação de consistências de alimentos sólidos e/ou 
líquidos, bem como delineando as restrições alimentares;
  • Melhoria da qualidade de vida do indivíduo e seus familiares 
ajustando o meio às suas dificuldades de alimentação 
e de comunicação.

 

NÃO MENOSPREZE OS SINTOMAS…

UMA IDENTIFICAÇÃO PRECOCE
REDUZ A POSSIBILIDADE DE COMPLICAÇÕES CLÍNICAS OU ATÉ MESMO A MORTE.

Os sinais mais comuns são:

  • Engasgos e tosse frequentes durante a alimentação;
  • Sensação de corpo estranho na garganta após a alimentação;
  • Alterações na qualidade vocal após as refeições;
  • Perda de saliva ou comida pelos cantos da boca;
  • Alteração da sensibilidade da língua, bochechas e lábios;
  • Demora mais tempo a engolir e é necessário um esforço maior;
  • Escape de alimento e/ou água pelo nariz;
  • Infeções respiratórias frequentes;
  • Dificuldade na mastigação dos alimentos;

Faça já a auto-avaliação da sua deglutição!

Dra. Ana Campos – Terapeuta da Fala
Dra. Inês Mestre – Terapeuta da Fala