Não nos podemos esquecer de nos lembrar!
O dia do portador de doença de Alzheimer celebra-se hoje, 21 de setembro, tendo sido estudada pela primeira vez pelo Dr. Alois Alzheimer, médico alemão, no ano de 1906. De acordo com as estatísticas, estima-se que em 2050, aproximadamente 152 milhões de indivíduos, a nível mundial, venham a sofrer de demência. Entre as inúmeras doenças neurológicas, a demência tem apresentado uma maior incidência, bem como, tem constituído a segunda causa de morte em todo o mundo. Em conformidade com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença de Alzheimer constitui a forma mais usual de demência.
A doença de Alzheimer caracteriza-se por uma deterioração global e progressiva das funções cognitivas do ser humano, tais como os processos de memória, atenção, linguagem e raciocínio, que impactam na vida quotidiana dos indivíduos, levando-os progressivamente a uma dependência de terceiros.
Portugal impera como um dos países onde essa prevalência se regista como uma das maiores da Europa. O envelhecimento populacional e nível de escolaridade reduzido, são fatores a ter em atenção nos resultados estatísticos apresentados. Atualmente, estima-se que aproximadamente 140 mil a 150 mil portugueses virão a sofrer de Alzheimer.
Não me lembro de quem sou!
É mais frequente surgir nos idosos, com maior propensão ao seu diagnóstico após os 80 anos. O esquecimento passa a ser mais sistémico e a longo prazo, os portadores de Alzheimer irão necessitar cada vez mais de suporte até nas atividades elementares. Trata-se de um processo de despersonalização progressivo, no qual os doentes se vão esquecendo de quem são e de quem eram e por consequência nem sempre reconhecem as hierarquias familiares, as caras dos seus entes queridos, ou os seus nomes.
Durante o período pandémico muitos destes doentes ficaram privados de apoios e infelizmente muitos casos ficaram por diagnosticar. Para o tratamento desta doença, o seu diagnóstico e abordagem terapêutica são imprescindíveis, não só para o próprio doente como para a família e cuidadores envolvidos, embora infelizmente, os atuais fármacos ainda não atuem de forma tão eficaz quanto o necessário.
Investigação e Consciência!
Devido à evolução da investigação científica, acredita-se que uma parte do desenvolvimento para uma demência como a de Alzheimer, pode ser potencial e parcialmente alterável, pois constata-se a existência de um conjunto de fatores que podem contribuir para uma atenuante da doença como:
– Melhor literacia em saúde (aumentar o conhecimento sobre sintomas e doenças)
– Níveis de escolaridade (aumentar a reserva cognitiva)
– Atividade mental (estimular as funções cerebrais)
– Atividade física (combater o sedentarismo e a obesidade)
– Promoção de momentos lazer em sociedade (evitar o isolamento social e a depressão)
– Alimentação equilibrada (prevenir doenças cardíacas e vasculares, entre outras)
Dicas para manter o seu cérebro ativo e estimulado:
- Dedique algum tempo diário a praticar diferentes jogos como a construção de puzzles, palavras cruzadas e sopa de letras, jogos de cartas, jogos de memória e de estratégia como Xadrez e Damas;
- Mantenha a leitura, a escrita e a conversa em dia com familiares, vizinhos e amigos;
- Faça cursos e/ou formações em diferentes áreas;
- Frequente atividades sociais/culturais (cinema, teatro, exposições, concertos e museus);
- Participe ativamente na sua comunidade (trabalho comunitário de voluntariado);
- Aprofunde os conhecimentos dos seus passatempos preferidos e/ou descubra novos passatempos (pintura, escrita, costura, dança, cozinha, cerâmica, carpintaria).
AUTORAS:
Dra. Patrícia Marujo – Psicóloga Clínica
Dra. Rita Guerreiro – Psicóloga Clínica
Dra. Sandra Avelar – Psicóloga Clínica
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