ROUQUIDÃO E MAU USO DA VOZ NAS CRIANÇAS

Com o fim do ano letivo, surgem mais casos de crianças roucas. Esta situação é desvalorizada por pais e professores, que têm a rouquidão infantil como sendo normal, passageira ou relacionada com o desenvolvimento das crianças.

No entanto, a rouquidão persistente é sinal de que algo de errado se passa ao nível da laringe, ou seja, a rouquidão é uma consequência de um mau uso da voz ou de uma lesão orgânica ao nível das cordas vocais. Quando surge uma alteração vocal que se prolonga por mais de duas semanas aconselha-se a avaliação pelo médico otorrinolaringologista.

Estas alterações levam a uma perturbação vocal  de seu nome disfonia. A disfonia pode ter origem orgânica ou funcional.

A lesão mais comum, nas cordas vocais nas crianças, são os nódulos que – simplificando – são como uns calos que surgem por um mau uso e abuso da voz.

Entre o género feminino e masculino não há uma diferença significativa de prevalência de problemas vocais, no entanto é ligeiramente mais comum nos rapazes por apresentarem um comportamento mais exacerbado e agressivo.

 

AS CRIANÇAS QUE APRESENTAM UM COMPORTAMENTO VOCAL DESADEQUADO, POR NORMA, TOMAM O MODELO DOS AMBIENTES E PESSOAS QUE AS RODEIAM.

 

Assim, em ambientes ruidosos em que quem fala mais alto é que se faz ouvir as crianças tendem a gritar e apresentar uma velocidade de fala mais rápida o que leva a um esforço enorme da laringe podendo provar as alterações já referidas.

De seguida são referidos alguns conselhos para favorecer o bom voz:

  • Alertar a criança para que não gritar, prestando atenção ao que ela tem a dizer
  • Reduzir a competição vocal: evite tornar o ambiente agitado, frequentar locais onde todos querem falar ao mesmo tempo
  • Identificar certos abusos vocais: imitar animais, lutas, monstros, carros. Tente substituí-los por estalos de língua e vibrações de lábios e língua
  • Combinar com a criança alguns sinais para quando estiver a usar incorretamente a voz,  não chamando à atenção em frente das outras pessoas
  • Solicitar que a criança fale sem gritar, aproximando-se das pessoas para conversar
  • Baixar o volume da televisão ou do rádio quando a criança for falar com alguém
  • Beber água com frequência, para manter um nível de hidratação adequado

 

DRA. MARTA COELHO – TERAPEUTA DA FALA